sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A verdade (que você nunca vai saber)

Falar a verdade. Esta aí algo que é um exemplo do que parece ser altruísta mas que pode também não ser. A verdade talvez não seja desejável. Seria mentir correto então? Mentir não, mas se pode fazer um bem danado apenas em omitir. Quem disse que ignorância é benção era muito sábio. Se você não tem conhecimento de uma coisa, então você não é afetado pelo que a ciência dessa coisa poderia te trazer. Quanto mais se sabe, mais se é responsável, mais se é ansioso, mais se é preocupado, mais coisas enchem sua cabeça...

Um exemplo disso seria o que você conta ou deixa de contar aos seus pais. Quando cheguei em Brasília eu cortei o meu dedo. Sangrou que só, tive que dar pontos, mas eu não contei a minha mãe. Pra quê? Ela já tem tanto problema na cabeça. Colocar mais uma preocupação só iria piorar a qualidade de vida dela. Outra coisa que só leva a problemas é contar da sua vida intima (leia-se: sexual). Imagine qual é a reação de um pai ao saber que a filhinha dele, a princesa dele, perdeu sua inocência para um qualquer (e independente de quem seja, o cara sempre será um qualquer). Mesmo mães também podem não reagir bem. O sonho de todo pai/mãe é ver sua filha intocada até o dia do casamento, uma expectativa que nos dias de hoje é quase irreal. Claro que tem pais que são abertos em relação a isso. Mas esses são exceção.

E a verdade dentro dos relacionamentos amorosos? Alguém aí (também) já acabou um namoro porque não aguentava mais ver o outro sofrer? Sabia que as brigas continuariam, então preferiu deixar a outra pessoa livre pra encontrar outro alguém mesmo amando muito ainda essa pessoa? Mesmo que se arrependa depois? Outro caso: alguém aí (também) já calou um eu te amo porque sabia que se a outra pessoa continuasse alimentando esses sentimentos só iria trazer dor? Você ouve aquela pessoa que você gosta tanto dizer isso pra você e você quer dizer de volta mas sabe que não é o melhor. As circunstâncias do relacionamento fazem você concluir que nunca daria certo e então você finge que não sente algo mesmo que até o bater do seu coração saiba que não é verdade.

É sempre uma decisão difícil. De certa forma é até presunçoso querer saber o que é melhor pro outro e o que não é. Mas nós somos levados pelas mais puras das intenções ao fazer isso. É nesses momentos, talvez, que se revela o quanto se gosta da outra pessoa. Porque afinal talvez fosse cômodo continuar num relacionamento conturbado. Deixar que ele se destrua por si só. Mas por outro lado, é preferível acabar com algo enquanto ainda se tem boas lembranças, do que esperar ele terminar e não sobrar nada de bom pra se recordar.

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